18.10.11

Quem não deve não teme, mas quem deve....

Foi o que disse a presidente Isabel Soares reagindo à notícia de que fora constituída arguida pelo Ministério Público no dito caso Viga d'Ouro que remonta a 2006.
Ora a questão é que a Câmara deve, e muito, ao empreiteiro que "de boca", e à pressa, contratualizou para tentar ganhar as eleições de 2005. 
 Camião da Viga d'Ouro com bandeira PSD em vésperas das eleições autárquicas de 2005

E o problema é que deve, para além dos juros já vencidos, montantes que nada têm a ver com o real valor das obras realizadas. Este processo já prejudicou os munícipes, e os seus bolsos, de múltiplas formas: primeiro, pelo valor multiplicado que a firma faturou as obras que se fizeram à margem dos procedimentos legais, como ficou provado em inquérito administrativo interno; depois, pelo valor cobrado pelos advogados da PLMJ que desde 2006 têm em Silves um rendimento certo, à custa disto; finalmente, pelas custas judiciais dum processo entre o município e a empresa em que ninguém pode sair vencedor por razões óbvias.
Entretanto, e passados que são cinco anos sobre o conhecimento público do caso, parece que o MP reuniu matéria suficiente para deduzir acusação sobre IS e dois dos seus vereadores. E desde aqui formulo eu outra acusação, de falta à verdade nas declarações ao semanário Expresso, onde diz que "eu é que encontrei e denunciei as incorreções e agora sou acusada", o que é público não ser verdade, já que foi só após o segundo ofício da Direcção de Finanças de Faro, que ameaçava já a autarca de a constituir arguida, que esta se resolveu a prestar esclarecimentos. Entretanto, já nós vínhamos pedindo informações em reuniões de câmara e obrigando a clarificar a situação.
Esperemos agora que se faça justiça e a verdade seja tornada pública.
Quem quiser relembrar o assunto, encontrará um dossiê no rodapé desta página.