As reacções do partido Socialista, bem como de algum ou alguns comentadores de baixo nível que este blogue têm visitado, à aprovação do orçamento da Câmara Municipal de Silves para 2011 não podem senão fazer-me sorrir.
O que me surpreende em primeiro lugar na posição destas pessoas é a insistência em considerarem este Orçamento mau quase só pela inflacionação do valor das receitas, descurando um facto que nunca antes se havia verificado, e refiro-me, à redução brutal e sem critério objectivo das transferências para as freguesias na primeira proposta apresentada. O próprio João Palma, presidente de Junta de Alcantarilha, disse mesmo estar satisfeito com o que lhe ofereciam na 2ª proposta, (menos 20% do que em 2010) afirmando-se atónito pelo PS não votar favoravelmente o orçamento. O inicial acordo de princípios entre presidentes das Juntas para não aceitar cortes superiores a 10%, esse já o tinha "jogado às malvas". As reduções brutais de Silves e Messines, pouco importavam...
Mas voltando à questão do inflacionamento das receitas/despesas, surpreende-me também porque sendo facto crónico na gestão financeira de Isabel Soares, o Partido Socialista para tal não tem chamado a atenção nas suas declarações de voto, bem ao contrário da CDU que sempre o referiu (podem verificá-lo na última declaração que abaixo reproduzo e, também para as mais antigas, no arquivo deste blogue). Mais, essa característica de falta de rigor orçamental não impediu o PS de se abster de uma forma geral nas votações do Orçamento, pelo menos desde 2005. Sem contar com as posições na AM, em abstenções, e nos últimos 7 anos, o PS já dá 5 a 3 à CDU. Nas palavras de um senhor vereador, que se candidata a director da Voz de Silves ou do Correio da Manhã, o PS aprovou nos últimos 7 anos, 5 orçamentos.
E não ficou por aqui. Sempre afirmando que estava disposto a negociar, a aprovar um orçamento no mais breve prazo, não apresentou alternativas nem propostas, quedando-se pela ladaínha do "rigor, seriedade e transparência". Três vereadores do PS não fizeram o trabalho de um, Rosa Palma, que numa postura séria conseguiu reduzir drasticamente os cortes paras as Juntas, inclusive as socialistas agora com mais 18 000 euros. A alteração não foi de somenos, e não admira que o PS não lhe agrade o conseguido, apressando-se a falar em negócio limiano e santas alianças, e despudoradamente reclamando para si essa alteração nas transferências para as Juntas (o que é lógico(!), quando são agora as Juntas do PS as que mais cortes ainda sofrem). De Santa Aliança já a tabela anterior nos esclareceu; de negócio limiano, esclareça-se, a abstenção da CDU não tem nada. Porque é transparente, resultou do cumprimento por parte do executivo permanente daquilo que reivindicava em primeiro lugar (a justiça nas transferências), bem ao contrário de outras passadas situações em que a abstenção tinha motivos ocultos e não divulgados.
São agora transferidos mais 150 000 euros para as Juntas, todas as Juntas, ficando o corte médio abaixo dos dois dígitos (cerca de 8,28%) dentro dos parâmetros do acordo inicial entre Juntas, quando andava de início na ordem dos 35,4%.
É claro que, fazendo-se justiça a quem pugnou por esta alteração, são agora as Juntas da CDU que mais melhoram da terceira para a quarta e última proposta (clique para aumentar).
(Nota: os valores das transferências já englobam outras verbas correntes e de capital, como subsídios a festas e aquisição de viaturas)
E, claro, a Junta do Algoz, a única que não sofrerá cortes de verbas em 2011, subindo a sua transferência em 3%!
Longe do desejável, nem perto disso, este orçamento foi substancialmente alterado naquilo que tinha de pior: as transferências. E isso não foi resultado da actuação do PS e dos seus três vereadores (agora com um problema por explicar aos seus presidentes de Junta), mas da solitária vereadora da CDU, Rosa Palma.
Deixo aqui a sua declaração de voto, por demais explícita e sustentada, em evidente contraste com a pobreza de análise que o Partido Socialista produziu na sua.
3 comentários:
Muito diz dr. Manuel Ramos, mas de pouca substância.De toda a análise, fica uma única certeza, os votos contra e as abstenções do passado, já nem a CDU nem o PS poderão alterar,as actuais circunstâncias eram favoráveis a uma mudança, a CDU boicotou essa possibilidade.
O último acto eleitoral tirou a maioria absoluta a Isabel Soares, foi a população do concelho de Silves que assim quis, foi a CDU, que permitiu que tudo continue na mesma.
Quanto ao sr. dr. Manuel Ramos, argumente , faça esquemas de cores, remexa no passado, dê as voltas que der, a conduta da CDU não tem desculpa, boicotou a possibilidade de uma mudança.
O nivel dos posts que tem apresentado não é em nada superior ao dos comentários, importa referir que uma boa dose de humildade não lhe ficaria nada mal.
Luna tuta a lupis.
Não se preocupem com o que estes senhores apregoam ou para onde nos querem levar, porque acabando-se o dinheiro, acaba-se de uma vez por todas com os vicius.
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