Infelizmente, os nossos piores receios quanto à desastrosa situação financeira da autarquia de Silves foram agora confirmados pelo Anuário Estatístico dos Municípios, referente a 2005. Neste trabalho académico feito com os dados das contas de gerência enviados pelas autarquias ao Tribunal de Contas (não sei como é que Fernando Ruas, presidente da ANMP, tem o descaramento de vir dizer que os autores se basearam em dados incorrectos, a não ser que considere que as autarquias realizam falsas contas de gerência!!), Silves está num escandaloso 15º lugar (ver tabela) entre os 307 munícipios nacionais (houve um que não entregou as suas contas)! É a pior situação no Algarve, é a pior situação a sul de Sines (aparentemente nem Ourique está pior).
Ora o que é importante agora destacar é a forma como tem sido sistematicamente negada a situação, em sede de discussão dos orçamentos ou na apreciação das contas de gerência. Quando na altura da apreciação da conta de gerência de 2005 declarei que a câmara se encontrava numa situação que em face da nova Lei das Finanças Locais a coloca em «falência técnica», a senhora presidente, riu-se, desmentiu e apelidou os meus comentários de "politiquice" (não tendo como os colocar aqui, convido-os a lerem o que o seu responsável financeiro, Dr. José Paulo Sousa, me respondeu nos comentários a um tópico da altura). Prova-se agora que era verdade. O que tentei então fazer, alertando os munícipes para o rumo financeiro seguido por esta maioria caiu em saco roto, tem caído em saco roto, ficando sistematicamente o(s) vereador(es) e os membros da bancada da CDU, a pregar no deserto, votando sozinhos contra estes pouco rigorosos documentos e sendo acusados de quererem boicotar o funcionamento da autarquia e criarem constrangimentos à atribuição de ajudas às colectividades e às juntas de freguesia (vê-se pelo grau de pagamento efectuado até agora, três meses passados sobre a aprovação do Orçamento!).
A propósito dessa conta de gerência de 2005 que nos deu agora este indesejável lugar, também da postura da Administração local no que respeita a rigor e transparência, convém relembrar as justas e especializadas palavras do Dr. Francisco Martins (jornal Terra Ruiva, Maio 2006, nº 68) na altura da aprovação do documento. Outro que pregou no deserto!