29.6.10

"Museu da Cortiça da Fábrica do Inglês, em Silves: que Futuro?" - Conclusões

Como em anterior post anunciei, realizou-se no passado sábado o encontro com o tema/título em epígrafe. Foi um encontro razoavelmente concorrido, ainda que com ausências notadas, onde para além das interessantes contribuições trazidas pelos oradores convidados houve debate de ideias entre/com os assistentes, com a excelente moderação de Graça Filipe (ao centro na foto), subdirectora do Instituto de Conservação e Museus. 
Em jeito de correcção a algumas referências, refira-se que a organização foi da responsabilidade da representação nacional do ICOM (especialmente do Dr. Luís Raposo, director do Museu Nacional de Arqueologia) e da Câmara Municipal de Silves. Este que aqui escreve, colaborou.
Aqui vos deixo com as conclusões finais, que muito gostaria ver implementadas.
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Jornada de Reflexão e Debate
Museu da Cortiça da Fábrica do Inglês, em Silves: que Futuro?
26 de Junho de 2010

Conclusões:

1 – É urgente assegurar a classificação da Fábrica do Inglês nos termos do Decreto-lei nº 309/2009 de 23 de Outubro, tendo em vista garantir a protecção legal do seu património imóvel e integrado. Esta classificação deveria pelo menos atingir o nível de “imóvel de interesse público”. Neste sentido, os participantes nesta Jornada de Reflexão apelam aos responsáveis da Administração Pública, local (Câmara Municipal de Silves) e nacional (Direcção Regional de Cultura), para que exerçam as suas competências neste domínio e mantenham a opinião pública informada sobre o desenvolvimento do processo. Esta classificação, da justificação que tem em si mesma, constituirá também uma mais-valia imprescindível para qualquer projecto futuro a desenvolver no local.

2 – É urgente assegurar a manutenção dos espaços de ar livre e o acesso ao núcleo museológico. A situação de encerramento actual da Fábrica do Inglês traduzir-se-á no futuro em encargo maior do que o da sua abertura, mesmo que mínima. Qualquer que seja a evolução futura do regime de propriedade, importa atalhar a degradação que se começa a fazer sentir. Neste sentido, recomenda-se à Câmara Municipal de Silves que, na defesa dos interesses patrimoniais em causa, desenvolva esforços para a celebração de um protocolo que lhe permita executar as operações mínimas de manutenção e segurança do espaço. Os custos desta manutenção devem ser considerados como investimento público no local e ser tidos em devida conta aquando da discussão das soluções de futuro que vierem a ser adoptadas.

3 – É recomendável proceder à identificação das entidades e as formas de participação dos potenciais intervenientes ou parceiros locais, nacionais e internacionais tendo em vista um projecto de reabertura e de reprogramação do conjunto patrimonial em que se integra o Museu da Cortiça – designado por Fábrica do Inglês.

4 – É consensual a convicção de que o “modelo de negócio” que esteve subjacente ao projecto inicial da Fábrica do Inglês está ultrapassado. Embora generoso e baseado em motivações essencialmente patrimonialistas, tratava-se de um modelo demasiado assente em actividades comerciais, de restauração e de animação, que não somente estavam muito para além da estrita valorização dos bens patrimoniais, como dependiam de variáveis de mercado totalmente alheias ao controlo dos promotores do projecto. Importa, pois, que a Fábrica do Inglês se centre de forma mais incisiva naquilo que deve constituir  o  seu núcleo central, ou seja, na valorização dos seu património e na projecção do Mundo da Cortiça. Neste sentido, seria recomendável uma maior participação das entidades públicas locais no capital social da futura estrutura gestionária do espaço.

5 – É desejável continuare intensificaras acções de sensibilização da opinião pública, em primeiro lugar da comunidade local silvense, para o reconhecimento da importância patrimonial do que está em causa e para a sua salvaguarda e valorização, como recurso de desenvolvimento cultural e identitário local, regional e até nacional. A Comissão Nacional Portuguesa do ICOM, pelo seu lado, manter-se-á atenta ao evoluir da situação e desenvolverá os contactos associativos que forem adequados à manutenção e reforço do movimento social em defesa do Complexo da Fábrica do Inglês.

Silves, em 26 de Junho de 2010.

22.6.10

Museu da Cortiça da Fábrica do Inglês: que Futuro?

Como é de todos conhecido, o Museu da Cortiça da Fábrica do Inglês em Silves, vencedor do prémio Luigi Micheletti para melhor museu industrial europeu no ano 2001, está actualmente encerrado por razões decorrentes da situação financeira da sociedade que o detém, a Fábrica do Inglês, S.A..
Procurando soluções que salvaguardem o importantíssimo património que actualmente guarda, irá realizar-se no próximo sábado, dia 26 de Junho, um encontro/debate na Biblioteca Municipal de Silves sobre a questão "O Museu da Cortiça, da Fábrica do Inglês, em Silves: que Futuro?".
Este encontro, de acesso livre, e que contará com a presença de várias autoridades políticas nacionais e regionais, bem como reconhecidos especialistas na área da museologia e da promoção da fileira da cortiça, procurará, como indica o seu tema base, promover a discussão sobre as possíveis saídas para a difícil e preocupante situação que actualmente vive o Museu e o monumento de interesse concelhio que é o edifício da velha Fábrica do Inglês.
Deixo convosco um programa, ainda que provisório (os destaques a cor são para as entidades ainda não confirmadas):
"O Museu da Cortiça, da Fábrica do Inglês, em Silves: 
que Futuro?"

9,00 h
Visita guiada ao Museu da Cortiça e ao complexo da Fábrica do Inglês

11,00 h
Abertura. Painel Museológico e Patrimonial
(apresentações e boas vindas)
- Luís Raposo, Presidente ICOM.PT
- Isabel Soares, Presidente C.M.Silves

-Graça Filipe, ICM (moderadora)
-Manuel Ramos, responsável do Museu
-Jorge Custódio, especialista e co-autor do projecto do Museu
-José Gameiro, Rede de Museus do Algarve
-Francisco Lameira, Universidade do Algarve
-Lluís Medir Huerta, RETECORCK
-Sofia Carrusca, Rota da Cortiça
-Joaquim Lima, APCOR

13,30 h
Almoço

16,30 h
Painel Político e Empresarial. Debate Final
-Graça Filipe, Subdirectora do IMC
(síntese da sessão da manhã e moderação)
-Macário Correia, Presidente da AMAL
-Dália Paulo, MC Algarve
-Francisco Lopes (Presidente CMLamego), Presidente da Associação Municípios com Centros Históricos
-Nuno Aires, Presidente da Entidade Regional de Turismo do Algarve
-José António Silva, Presidente do Conselho de Administração da Fábrica do Inglês.
- (?), Administrador da CGD

(balanço final)
- Luís Raposo, Presidente ICOM.PT
- Isabel Soares, Presidente C.M.Silves

21.6.10

Reunião ordinária da Câmara de 23 de Junho de 2010

Realiza-se na próxima quarta-feira, dia 23 de Junho, mais uma reunião ordinária da Câmara Municipal de Silves.
Aqui deixo a Ordem de Trabalhos:

9.6.10

"Presos políticos algarvios em Angra do Heroísmo e no Tarrafal" - apresentação de livro

No próximo dia 12 de Junho, sábado, pelas 17 horas, será apresentado na Biblioteca Municipal de Silves o recente livro da Profª Drª Maria João Raminhos Duarte, com o título em epígrafe. 
Neste livro, resultante do seu trabalho de doutoramento sobre a "Oposição à Ditadura Militar e ao Estado Novo no Algarve: o caso do concelho de Silves", são relatados numerosos casos de figuras silvenses vítimas da repressão salazarista após a greve geral de 18 de Janeiro de 1934.
Recordar, para não esquecer...


7.6.10

Reunião ordinária da Câmara Municipal de Silves - 9 de Junho de 2010

Reúne-se quarta-feira, dia 9, em reunião pública, o plenário da Câmara Municipal de Silves.
Aqui deixo a Ordem de Trabalhos: