7.11.10

Reunião da Câmara Municipal de 10 de Novembro de 2010

Realiza-se na próxima quarta-feira mais uma reunião do plenário municipal.
Aqui fica a Ordem de Trabalhos:
Nesta há um ponto que considero importante e de todos requer a máxima atenção: dá pelo nome de Plano  de Desenvolvimento Estratégico para o Turismo na Cidade de Silves, integrando a Fábrica do Inglês e é uma proposta de uma empresa de consultadoria, a ILM, que tem no seu portefólio vários trabalhos na área do turismo cultural.
O montante pedido (37 000 euros, sem IVA e deslocações)  é considerável, por se tratar apenas do "master plan" sem acompanhamento da execução. Mais, por ser algo que a CMS há muito deveria ter desenvolvido pelos seus próprios meios, sem recurso a "outsourcing". Porém, e esta é uma presunção minha, "cheira-me" que aqui há a mão dos credores da Fábrica do Inglês, os bancos, que assim amarram de uma só vez a insolvente administração e a Câmara numa solução que tarda em acontecer. Recorde-se que até agora não é conhecida uma única posição pública dos credores da Fábrica sobre a sua situação financeira e, por parte da Câmara, excepção feita à sua classificação como edifício de interesse municipal, nada. E quando digo nada é mesmo nada, porque nem os apelos por mim realizados em sessão camarária pública do passado dia 2 de Setembro, no sentido desta intervir na salvaguarda e preservação do que dia-a-dia se vai degradando, tiveram qualquer efeito prático.
Por tudo isto, e por não existir mais nada por parte dos accionistas ou dos credores, o que é muito mau em vésperas de insolvência, acho que o papel da Câmara deveria sentar à mesa todos estes interlocutores e, caso se entendessem quanto à pertinência deste trabalho, negociar e dividir despesas.
Assim, à vossa consideração e informação, desejando que possam também emitir opinião, aqui fica a proposta da ILM:

4 comentários:

Camarada Faustino disse...

O Sr. Professor Manuel Ramos defende então que, sob o capote da suposta mais valia turística, os contribuintes devem pagar, com os seus impostos municipais, um estudo que diga se um negócio de um particular - Fábrica do Inglês - é rentável?!? É que ao ler o seu post, fiquei sem perceber muito bem a sua posição!!! Mas, penso que não seja a favor, porque, apesar de ser independente, o Sr. pertenceu às listas da CDU... E acho que não defende o estapafúrdio despesismo público para salvar um negócio hoteleiro de um privado!!!

Manuel Ramos disse...

Meu caro amigo, não me entendeu bem.
Em primeiro lugar, e sem considerar este estudo em particular, considero de todo imprescindível que Silves tenha uma estratégia face ao património, o seu maior activo de momento. O desenvolvimento da cidade e do seu concelho passa inevitavelmente por saber, de forma inteligente e integrada, pensar isso, e explorar isso. É, sem qualquer dúvida, o nosso maior activo. Do título da proposta referida o senhor só reteve a parte referente à Fábrica do Inglês que, diga-se, não é de um particular, mas de muitos particulares, CMS incluída. Depois, a Fábrica ou o após Fábrica, não se pretende que seja, até mesmo para os accionistas, um negócio hoteleiro. Foi, infelizmente, e contra o que eu gostaria que fosse, um negócio que procurou sustentação na restauração e no entretenimento, descurando o importante, e sem paralelo a nível nacional e até internacional, valor cultural presente. Finalmente, quero acabar por dizer que o principal papel da Câmara, melhor, o inevitável papel da Câmara será procurar viabilizar este espaço que outra valia não pode ter. Não há alternativa, seja hoje ou amanhã. Cabe à Câmara sentar as partes (credores e accionistas)e intermediar uma solução, e esta passa por um projecto que inclua a Fábrica e a cidade. Quem o pagará? Todos os que dele tirarem proveito, e esses são os atrás referidos: accionistas, credores e CMS. É muito dinheiro? Talvez seja, mas já vi pagar muito mais por projectos sem retorno, e este bem pode, sendo realizado como é por profissionais experientes, ser a base de uma nova atitude e política que entenda o património como um importante recurso de desenvolvimento da cidade e concelho até agora mal aproveitado.

Camarada Delgadinho disse...

Olhe Sr. Professor Manuel Ramos, a mais valia turística foi-se!!! Com a crise que ainda aí, os ingleses já não querem mais cá vir, até porque estes, como outros, já descobriram outras paragens mais baratas e com mais qualidade do que o Algarve!!! É por causa disso que os pobres camaradas do aeroporto de Faro foram espoliados dos seus trabalhos! Poupemos os tais 36.000,00 € do estudo de consultoria, porque a conjuntura já se encarregou de nos dizer que são mal gastos! Peça-se antes aos técnicos da Câmara que façam o tal estudo, saí muito mais barato, não acha!?!? E aplique-se os tais 36.000,00 em fruta, sopas e leite para os alunos das nossas escolas, para que nada falte futuros homens da nossa nação, que mal sabem eles o município pobretanas que vão herdar, quanto mais o país, por causa de irresponsáveis e incompetentes decisórios políticos! A luta continua camaradas...

Anónimo disse...

Com a crise que paira em Portugal e no Algarve, em particular na industria hoteleira onde os 5 estrelas praticam preço de 4 e os de 4 de 3, com alguns empreendimentos turisticos bem conhecidos quase na falência, acho piada a Câmara se propor a investir em áreas que eram até agora reservadas a privados, com tantas áreas sociais por onde investir.

Será que não existe em Silves outras matérias mais importantes para se discutirem para além de se ir esbanjar dinheiros de todos nós em empreendimentos privados como a Fabrica do Inglês?