22.10.07

Coincidência?


Coincidência ou não, nas vésperas de mais dois dias de luta dos moradores de Vale Fuzeiros (mas não só) contra o traçado da linha de muito alta tensão, a REN divulgou hoje um comunicado à Lusa no qual manifesta abertura para alterar o traçado para norte de Vale Fuzeiros, em consideração pelos recentes achados arqueológicos ali referenciados. Pura propaganda, manobra de diversão, já que esta alternativa estava até prevista e foi já alvo de recusa por unânime deliberação camarária de 27.06.2007.

Os moradores não se conformam, e amanhã partem para Lisboa para iniciar uma greve de fome e manifestações às portas da Assembleia da República e da residência oficial do 1º Ministro.

Para a Comissão de Moradores de Vale Fuzeiros, pela voz de Sérgio Santos, "a população apenas aceita a colocação do traçado a Norte, longe de todas as habitações e terrenos agrícolas e de turismo rural e de futuros projectos em aprovação".

Entretanto, o PCP emitiu comunicado de imprensa manifestando a sua solidariedade para com as populações em luta contra o traçado decidido para as linhas de Alta Tensão.

5 comentários:

Anónimo disse...

Senhor Vereador;
Permita-me o seguinte:
"Excerto da notícia do Correio da Manhã 24/10/2007:"
Autarca teve uma surpresa “Surpreendida”: foi assim que a presidente da Câmara de Silves ficou ao tomar conhecimento das declarações do ministro do Ambiente sobre a alteração do traçado da linha de muito alta tensão entre Tunes e Portimão. “Desde sexta-feira que andamos a tentar ser recebidos pelo ministro e ainda não tivemos qualquer resposta”, explicou a autarca ao CM. “No entanto, o ministro tem tempo para fazer declarações aos jornalistas.”

Isabel Soares ressalva que tem “uma boa impressão e o maior respeito” por Nunes Correia, mas lamenta só ter tido conhecimento da decisão “pela imprensa”.

Parece impossível, o Senhor Ministro não dizer nada à senhora presidente.

Será que a atitude do Senhor Ministro tem a ver com a falta de interesse e alheamento da presidente, desde o início do processo, sonegando informação aos habitantes da zona de Vale Fuseiros?
Será que podemos esperar algo de positivo para o Concelho, quando os seus representantes não têm credibilidade nem merecem o respeito dos Orgãos Centrais?

Os melhores cumprimentos.

Manuel Ramos disse...

Caro Anónimo,
O seu a seu dono. Pode parecer incrível, mas saio em defesa de Isabel Soares. Que até está por Itália, no momento, mas nas palavras do Correio da Manhã (de todas as notícias que li, a melhor)não esteve mal. Esta catadupa de informação que a REN e o Ministério do Ambiente fizeram cair sobre os media, na sequência da reunião que os membros da autarquia tiveram na APA e nas vésperas das movimentações da Comissão de Moradores, não foi, que eu saiba, previamente comunicada à Câmara. E tenho boas razões para o afirmar. O que não foi desde logo curial. A solução apresentada, embora parecesse pelas notícias que era a reinvidicada, não o é de todo, e nunca o foi. E desde Junho, quando foi pela primeira vez apresentada à autarquia e aos moradores. O trajecto de que se fala agora ninguém sabe bem qual é, nem eu nem muitos que perguntei sabem onde fica esse tal lugar do Cabeço, sempre referido. Mas a linha, penso eu, deverá ser a que já era prevista com a designação ZE 3.2., algumas centenas de metros a norte de Vale Fuzeiros 2/3 Km). Por isso nada de novo, por isso continuam os moradores em protesto e greve de fome. Mas sobre isso não vi ninguém se questionar. Quanto às declarações sobre o lince ou a águia de Bonneli, há coisas que me fazem rir. A escolha da propriedade para centro de reprodução do lince (a Herdade das Santinhas, na margem norte da barragem do Arade) foi uma decisão da administração central posterior ao processo de avaliação ambiental. Se estão preocupados com o impacto do trajecto sobre uma área limitada que unilateralmente decidiram, resta perguntar qual foi a sua preocupação quanto às pessoas que já ali habitavam. Será que a alta tensão tem efeitos diferentes, consoante sejam felinos ou humanos?
Agora uma coisa tem que ser feita, e ainda hoje a propus em reunião de câmara, sendo aprovada po unanimidade (embora dependesse da consulta prévia da presidente que estava ausente): a autarquia tem que vir a terreiro, através do Gabinete de Comunicação Social, e esclarecer de uma vez a sua posição quanto ao assunto e às notícias que, no mínimo, põem qualquer um baralhado.
E deixo a pergunta que já me fizeram: se o Ministério autorizou a REN a proceder ao desvio do traçado o que fazem aqueles moradores em greve de fome em frente ao Palácio de S. Bento???

Manuel Ramos disse...

Aproveito para deixar as ligações elec´rónicas para duas ou três notícias saídas, entre as quais destaco, em primeiro lugar, a do Correio da Manhã:
http://www.correiomanha.pt/noticia.asp?id=262944&idselect=10&idCanal=10&p=200
No Barlavento:
http://www.barlavento.online.pt/index.php/noticia?id=19140
e ainda
http://www.barlavento.online.pt/index.php/noticia?id=19135
e no Diário Digital
http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?section_id=13&id_news=301020

Seleccionem a ligação,façam copiar com o botão direito do rato, e depois colar (outra vez com o botão direito do rato) na barra de endereços, terminando com Enter.
Boas leituras...

Anónimo disse...

Amigo Manuel Ramos,

De facto, não me enganei quando, ao lê-lo, apreciei o seu equilíbrio, bom-senso e, sobretudo, noção do interesse colectivo.

O assunto REN é de extrema relevância para Silves e para os silveneses, designamdante para os habitantes de Vale Fuzeiros.
O que o Governo fez, ao anunciar na manhã do dia em que se iniciava o protesto em Lisboa, é uma propaganda do mais rasteira que se pode imaginar!

Mas, para mal do Executivo de Sócrates e, neste caso, do ministro do Ambiente, o Povo tem sempre razão e é sábio! E, no caso, quem vai pagar é o PS local!

Apelo, mais uma vez, ao seu refinado sentido político e de responsbailidade para, apoiando e estimulando o executivo camarário tratar este assunto como ele merece. Ou seja, olhando para os interesses das populações.

Com elevada consideração, envio-lhe os meus respeitosos cumprimentos, amigo Manuel.

Manuel Ramos disse...

Deixa-me sem jeito (como dizem os brasileiros), caro Sancho.
Mas,agradecendo-lhe o lisonjeiro comentário,o que mais me agrada ainda é a alteração que verifiquei na sua perspectiva quanto àquilo que ando a "tentar" modestamente fazer por aquela que considero a minha terra, embora por adopção.